cheirando a guardado

o que fui guardando na memória do gostar ...

outubro 30, 2011

Eleutério

Pinturas de Eleutério Sanches









Canção do Subúrbio

Cubatas velhas
vermelhas
do solo velho
vermelho,
e a chuva tamborilando
por cima do zinco velho
e a minha velha
lavando
na velha celha
cantando
já não há mais folhas secas
sobre o zinco das cubatas,
umas o vento as levou
outras são velhas canoas
sobre as vermelhas lagoas,
que a chuva improvisou
e onde o neto da Ximinha
xapinha contente e nu






Eleutério Rodrigues de Sá e Sanches
(Luanda, Angola, 29 setembro 1935)






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outubro 25, 2011

Cheirando a infância (6)

Berlindes

Pintura de Daryl Gortner






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outubro 21, 2011

Bécaud






Et maintenant

Letra: Pierre Delanoë
Música: Gilbert Bécaud


Et maintenant que vais-je faire
De tout ce temps que sera ma vie
De tous ces gens qui m'indiffèrent
Maintenant que tu es partie
Toutes ces nuits, pour quoi pour qui
Et ce matin qui revient pour rien
Ce cœur qui bat, pour qui, pour quoi
Qui bat trop fort, trop fort
Et maintenant que vais-je faire
Vers quel néant glissera ma vie
Tu m'as laissé la terre entière
Mais la terre sans toi c'est petit
Vous, mes amis, soyez gentils
Vous savez bien que l'on n'y peut rien
Même Paris crève d'ennui
Toutes ses rues me tuent
Et maintenant que vais-je faire
Je vais en rire pour ne plus pleurer
Je vais brûler des nuits entières
Au matin je te haïrai
Et puis un soir dans mon miroir
Je verrai bien la fin du chemin
Pas une fleur et pas de pleurs
Au moment de l'adieu
Je n'ai vraiment plus rien à faire
Je n'ai vraiment plus rien ...



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outubro 20, 2011

Osibisa








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outubro 14, 2011

Cheirando a infância (5)

Vira-Cores

Pintura de Daryl Gortner




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outubro 09, 2011

Chaplin

 






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outubro 05, 2011

Zeca




Menino Do Bairro Negro
Zeca Afonso

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz

Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Virá também

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Se até dá gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar
Menino a ti

Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

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outubro 03, 2011

Cecília



Videopoema: "Retrato", poema da poetisa brasileira Cecilia Meireles, na voz de Paulo Autran.
Imagens: pinturas de autoria de José Ulisses Gonzales Silva


Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.


Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.


Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?

 



Motivo
 
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.


Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
 


Cecília Meireles


Cecília Benevides de Carvalho Meireles 
(Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964)



 

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outubro 01, 2011

Mar Azul



Mar Azul
(B.Leza)

O... Mar, detá quitinho bô dixam bai
Bô dixam bai spiá nha terra
Bô dixam bai salvá nha Mâe... Oh Mar
Mar azul, subi mansinho
Lua cheia lumiam caminho
Pam ba nha terra di meu
São Vicente pequinino, pam bà braçá nha cretcheu...
Oh... Mar, anô passá tempo corrê
Sol raiá, lua sai
A mi ausente na terra longe... O Mar



 

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